A agroecologia reúne não só a forma de cultivar, mas também um modo de vida. Na agroecologia todos e todas agricultores/as participam da produção e vivem em comunidade. Dessa forma, o trabalho das juventudes do campo necessita ser reconhecido, pois muitas vezes a contribuição é considerada apenas ‘ajuda’, além de ter pouca participação nas decisões sobre a comercialização dos alimentos.
Porém, desde 2018 alguns jovens têm se organizado em coletivos e buscado mudar essa realidade. A exemplo pode ser citado a ação das juventudes dos municípios de Esperantina e Carrasco Bonito, localizados na região Bico do Papagaio, em que no último domingo, 18, entregaram cestas básicas com produtos agroecológicos cultivados e plantados em suas propriedades e quintais.
Segundo o jovem Antony Bryan Silva do Acampamento Pe. Josimo de 14 anos, participante da entrega e produções das cestas básicas, afirma que o cultivo dos alimentos e a entrega são gratificantes e valoriza o trabalho das juventudes em sua comunidade.
“Sou do Coletivo de Juventudes Sementes daqui de Carrasco Bonito e fizemos a entrega das cestas para as famílias que estão precisando e que neste momento estão sem emprego e sem salário para poder sobreviver. O alimento veio todo da roça, sem veneno, sem nada que faça mal, tudo bem plantado e tudo bem colhido. Todos os jovens plantaram e fizemos mutirão pra ajudar a plantar nos momentos de dificuldades. A puba e a farinha juntaram o coletivo todo para poder fazer”, relata.
A ação em Esperantina ocorreu também no domingo (18) com a entrega de 20 cestas básicas. Segundo Matheus Indiano o grupo de jovens agroecológicos participante era formado por quatro jovens e uma liderança da COOAF-Bico. Juntos decidiram os produtos que iriam nas cestas e quais famílias iria receber. “A cesta foi composta por amendoim, tapioca, farinha, milho verde, azeite, macaxeira, abóbora, arroz, além de produtos de higiene necessários neste tempo de pandemia como álcool em gel e sabonete”.
Matheus explica a sua sensação de participar dessa atividade tão necessária neste momento de pandemia. “Muito gratificante participar dessa atividade, uma vez que uma ação como está permite o envolvimento da juventude e ao mesmo tempo demonstra o potencial que a juventude tem para organizar certas ações, para produzir alimentos agroecológico e permite a valorização e a motivação para que haja a sucessão e permanência do jovem no campo, produzindo de forma sustentável e tendo geração de renda”, relata Matheus Indiano.
Estas ações também contaram com a parceria da APA-TO com o apoio do IAF articulada em conjunto com a Campanha de Solidariedade da Rede Bico Agroecológico.