Troca de conhecimentos, divulgação dos saberes e interação entre os povos e comunidades tradicionais e camponeses(as) marcaram o II Encontro Tocantinense de Agroecologia com o tema “Articulando a Diversidade, Fortalecendo a Agroecologia”, que aconteceu nos dias 01 a 04 de Dezembro de 2016 na comunidade quilombola Malhadinha, município de Brejinho de Nazaré , que reuniram 225 pessoas, dentre elas 80% de camponeses e camponesas vindos de todo o estado e 50% de jovens, principalmente estudantes das Escolas Famílias Agrícolas do Tocantins.
No segundo encontro de agroecologia foi consolidada a Articulação Tocantinense de Agroecologia – ATA, com objetivo de fortalecer, discutir e animar processos de articulação no âmbito regional e estadual, além de sistematizar e divulgar as experiências, denunciar os impactos do agronegócio e propor políticas públicas. Composta de uma coordenação ampliada a Articulação Tocantinense de Agroecologia visa o diálogo entre as várias organizações apoiadoras e dos trabalhadores e trabalhadoras do campo para que sejam potencializadas as experiências de agroecologia já existente no estado mostrando a sociedade que existem outras possibilidades para além do agronegócio, uma vez que os monocultivos têm grandes impactos negativos ecológicos e sociais. Durante os quatro dias debateram-se sobre as experiências agroecológicas existentes no estado que fundamentaram a definição das principais ações que a ATA deverá focar para o próximo ano tendo em vista o momento de crise política brasileira.
Dentre os avanços ocorridos no encontro, o lançamento do caderno de experiências agroecológicas foi um dos destaques. Contendo experiências agroecológicas sistematizadas pelas organizações que promovem ações concretas de promoção da agroecologia no estado, o caderno é uma forma de expressar e materializar a agroecologia relacionada diretamente a tradicionalidade camponesa e suas lutas diárias na conquista dos seus territórios e na manutenção de seus modos de vida.
Assim como o caderno de experiências outro destaque foi à aprovação unânime da carta política produzida durante o encontro, nominada como “Carta da Malhadinha” voltada para a sociedade, onde está expresso o que todos e todas que fazem parte da ATA, construtores da agroecologia defendem: Uma educação voltada para o campo, apoio aos agricultores familiares e defesa dos biomas são defendidas na ‘Carta da Malhadinha. Nela também se repudia as ações de um governo que não representa a maior parcela da população brasileira, ações de retrocessos para a reforma agrária educação brasileira e todos os anseios sociais. Expressam na carta seu repudio ao projeto MATOPIBA, que visa à destruição do cerrado, assim como das famílias camponesas. Essa é a forma que a ATA expõe seus paradigmas e objetivos, entendendo que precisamos fortalecer cada vez mais a agroecologia para poder se contrapor ao agronegócio e garantir a segurança alimentar e a preservação dos biomas.
Texto:Felipe e Rafael – CPT e Paulo e Yuki – APA-TO
Imagens: Gustavo Ohara
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