Deu início na última sexta (10) o curso ‘Juventude Cooperativista’. A formação teve como objetivo ensinar os princípios e valores do cooperativismo a partir das experiências vivenciadas pelas comunidades agroextrativistas, com base na vida comunitária e coletiva, além de refletir sobre como promove a solidariedade, o comercio justo e a inclusão produtiva com autogestão, liberdade e controle social, visando o bem comum.
A metodologia do curso está dividida em três eixos: Cooperativismo (nos dias 10 e 11), Educação Financeira (17 e 18) e Eu profissional (24 e 25 de setembro); o último encontro de encerramento será de entrega dos certificados, vai acontecer dia 25 de setembro.
São participantes do curso, cerca de 20 jovens estudantes da Escola Familiar Agrícola do Bico (EFABIP) e membros da Cooperativa de Produção e Comercialização dos Agricultores Familiares Agroextrativistas e Pescadores Artesanais de Esperantina, a COOAF-Bico.
O curso acontece no Sindicato dos Trabalhadores Trabalhadoras Rurais (STTR) Regional, em Esperatina. É promovido e organizado pela Escola Família Agrícola do Bico do Papagaio (EFABIP- Pe. Josimo) e Cooperativa de Produção e Comercialização (COOAF-Bico), em parceria com entidade Alternativas para Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO), com o apoio do Trias, Cresol, MISEREOR e PPP-ECOS.
Primeiro módulo do curso
Nos primeiros dias do curso ocorridos na última sexta (10) e sábado (11), os jovens participantes do curso interagiram com os coordenadores do módulo Valdener técnico da organização Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (ASSEMA) e Mayk Honnie da APA-TO. A atividade contou ainda com a participação do Antônio Fagno Braga, um jovem que participa desde 2010 da Cooperativa de Pequenos Produtores Agroextrativistas do Lado do Junco e Lago dos Rodrigues, a COPPALJ no Maranhão que atende o município e mais 46 comunidades. Ele apresentou como funciona a cooperativa e contou detalhes da experiência.
“Em Lago do Junco temos a cooperativa voltada para implantar as cantinas no município e comunidades do entorno. Principais características das cantinas: administração e é independente. Alinharam os preços entre moradores da comunidade. Melhores condições de comercialização para sócios e não sócios, pois antes variava de 5 a 25%. Os supermercados visam o lucro, na cantina/cooperativa não é isso. É o bem comum”.
Fagno contou ainda que as cantinas são centros independentes de comercialização nas comunidades, como um mini mercado, geridas pelos próprios cooperados. Nelas a comunidade define o que vai ser vendido. O associado tem direito de propor para as cantinas, mercadorias e melhores condições de trabalho, como por exemplo: Cartão de crédito, débito, já usa.
Além do mini mercado, a cooperativa também trabalha com a produção de óleo e azeite, sabonete e sabão artesanal, todos com o uso da matéria prima, oriundo do extrativismo do babaçu.
Ao final dos dois dias de atividade, jovem Katarina Conceição, do PA Santa Helena Araguatins e atual presidenta da COOAF-Bico, destacou os pontos positivos de participar de um curso como este.
“Eu gostei muito desse primeiro módulo. Não tinha tanta noção do que era uma cooperativa de crédito, não sabia da sua importância e que pode beneficiar muita gente. Como foi falado que nos bancos convencionais tem umas taxas altas, e já a cooperativa de crédito já é menos juros, ajuda mais e o lucro é dividido. E também aprofundou meus conhecimentos”.
O jovem Erivelton Oliveira afirmou que aprender é sempre bom e aprender sobre cooperativa é melhor ainda a gente conseguir unidade buscar melhorias da comunidade. “Na minha comunidade, não tem associação e estamos nesse processo de criação. Com esse curso, eu posso até aprender coisas sobre cooperativismo. Está sendo muito gratificante está aqui e aprender com vocês”.