A APA-TO (Alternativas para a Pequena Agricultura do Tocantins) comunica, com grande pesar, o falecimento de Maria de Jesus Bringuelo, a Dona Dijé.
Nos solidarizamos com os familiares e amigos desta grande liderança, e também com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB).
Dona Dijé viveu toda a sua vida na Comunidade Quilombola Monte Alegre, situada no município de São Luiz Gonzaga (MA). Neste momento a tristeza é sentimento inevitável, mas não irremediável. A vida e a memória de Dijé, mulher quilombola, encantadeira e quebradeira de coco babaçu, nos alimentam com utopias, lutas e esperanças.
Dijé morreu semente, germinando sonhos de construção de uma sociedade do bem-viver, com terra e território para todas e todos, com os babaçuais vivos em suas florestas, livres com as quebradeiras de coco.
Dona Dijé vive em nossas
Abaixo, reproduzimos a nota
Uma mãe palmeira se despede
A notícia que não queríamos dar. Esta noite perdemos uma grande mulher, mãe, avó e liderança que faleceu de infarto fulminante, a dona Maria de Jesus Bringelo, dona Dijé. Mulher negra, quilombola, quebradeira de coco babaçu, um referencial como ser humano, de sabedoria e para a luta dos povos e comunidades tradicionais.
Uma profunda tristeza invade os nossos corações e custamos a acreditar que não mais compartilharemos de seu sorriso, de sua adorável companhia do seu jeito firme e suave de se posicionar.
Ficam a história, o aprendizado e o exemplo quem sempre lutou pelos direitos das mulheres, dos quilombolas, dos indígenas, dos pct´s e de quem sempre lutou pelo acesso livre ao território.
Como ela mesma falava “Nós queremos o território para nascer, viver, germinar e morrer”. E foi assim, no quilombo Monte Alegre que ela se despediu. Nós e as florestas de babaçuais sentimos a sua falta. Segue Mãe Palmeira teu caminho. Tua trajetória foi vitoriosa e teus ensinamentos já fizeram e reforçaram a luta pela liberdade e dignidade dos povos.
Dijé presente!
Com pesar,
Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu