Nota de pesar da APA-TO: Dona Raimunda, quebradeira de coco babaçu, virou semente

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É com grande pesar que a APA-TO (Alternativas para a Pequena Agricultura do Tocantins) comunica o falecimento de Dona Raimunda, quebradeira de coco babaçu da região do Bico do Papagaio, norte do Tocantins. Raimunda Gomes da Silva faleceu no dia 7 de novembro, aos 78 anos, em sua casa, no Assentamento Sete Barracas, município de São Miguel do Tocantins, em decorrência da luta que travava contra a diabetes há anos.

A APA-TO manifesta sua profunda solidariedade aos familiares, amigas e amigos, e ao Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco-Babaçu (MIQCB).

Membra fundadora do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco-Babaçu do estado do Tocantins (MIQCB), dona Raimunda é reconhecida como uma liderança comunitária de destaque e uma referência na trajetória de luta das mulheres quebradeiras de coco babaçu do Tocantins e do Brasil.

Dona Raimunda, assim como Dona Dijé, Padre Josimo e Chico Mendes, se transforma agora em mais uma semente que florescerá e viverá em nossas lutas. Inspiradas e inspirados pelo seu legado, seguiremos trabalhando pela defesa dos babaçuais livres, da vida das quebradeiras de coco babaçu, dos direitos das comunidades e povos tradicionais de nosso país.

Confira, abaixo, a nota oficial do MIQCB sobre o falecimento de Dona Raimunda:

Nota de Pesar: MIQCB perde uma de suas fundadoras

O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco do Brasil (MIQCB) se solidariza com a família de Raimunda Gomes da Silva, a Dona Raimunda, uma de suas fundadoras, que faleceu na noite desta quarta-feira (07), em sua residência, no assentamento Sete Barracas, em São Miguel do Tocantins, no extremo norte do estado do Tocantins. Aos 78 anos, Dona Raimunda lutava contra uma diabetes e já estava com dificuldade para enxergar.
Quebradeira de coco babaçu, líder comunitária e ativista política de destaque nacional, Dona Raimunda foi um exemplo de mulher de coragem e determinação que sempre lutou pelos direitos das trabalhadoras rurais e das agroextrativistas.
Além de ajudar a fundar o MIQCB (1991), movimento com atuação no Pará, Maranhão, Piauí e Tocantins, a ativista também foi responsável pela Secretaria da Mulher Trabalhadora Rural Extrativista do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) e umas das fundadoras da Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (Asmubip).
Premiada e reconhecida nacionalmente por seu trabalho, ela chegou a recebeu o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal do Tocantins e o Diploma Mulher-Cidadã Guilhermina Ribeira da Silva (Assembleia Legislativa do Tocantins) e o Diploma Bertha Lutz (Senado Federal).
Para o MIQCB, Dona Raimunda estará sempre presente, inspirando outras mulheres a continuar na luta pelo respeito aos seus direitos.